Uma volta para casa. Assim o tenente-coronel Chehade Elias Geha define sua designação para comandar o 4º Batalhão de Polícia Militar em Maringá (4º BPM).
Sua carreira de policial começou em Maringá, como aspirante a a oficial, ao deixar a academia da polícia, em 1989. "Um dos motivos de o comando geral me escolher para essa praça é o fato de eu conhecer a região e a equipe do 4º BPM", explica.
A escolha foi do ex-comandante do batalhão, coronel Luiz Rodrigo Larson Carstens, ainda no ano passado, e confirmada pelo novo comandante da PM no Paraná, coronel Marcos Teodoro Scheremeta. "Fui muito bem recepcionado, especialmente pelos antigos companheiros, que se colocaram à disposição para que, juntos, realizemos um trabalho de alto nível."
O curitibano de 47 anos, pai de três filhos, confessa que se surpreendeu com o progresso que Maringá alcançou desde que deixou a cidade para ser assessor de Segurança do então governador Jaime Lerner, depois chefe de operações em Curitiba, chefe da Sessão de Armas e Munições da PM, comandante da Rone e comandante do Pelotão de Choque.
Teve passagens ainda pelos pelotões de Cavalaria e Trânsito. "O que tenho a reclamar é que em 2006 vendi o apartamento que tinha na cidade e ao retornar vejo que o preço dele triplicou", brinca.
"O governador disse que está em processo a abertura de novas vagas e contratação para completar o quadro. A PM deu um salto bastante grande, que agora o eto será colocado em prática’’
Chehades Elias Geha
O Diário - A cidade que o senhor deixou está muito diferente da que encontrou agora?
Chehades Elias Geha – Maringá passa por uma explosão de progresso surpreendente. A cidade mudou muito desde que fui para Curitiba.
O Diário - Esse crescimento significa também mais trabalho para a polícia?
Chehades Elias Geha – Sem dúvida. A cidade era bem mais calma. Atualmente, vemos o crescimento da criminalidade e das drogas.
O Diário - Já tem algum projeto para enfrentar esse aumento da criminalidade?
Chehades Elias Geha – Tenho feito muitas reuniões com os oficiais para entender o quadro atual a fim de estabelecer um programa de comando. A PM de Maringá é uma referência no Paraná pela qualidade de seus membros e pelo nível do trabalho realizado, portanto acredito que poderemos definir um programa que seja bom para a comunidade e para a própria polícia.
O Diário - O senhor se acha preparado para comandar o policiamento em uma cidade desse porte?
Chehades Elias Geha – Na PM, principalmente na questão do oficial de patente, já nos 3 anos de internato na academia, ganha-se uma noção básica de um todo, mas desde que se é declarado aspirante a oficial até chegar ao último posto há uma maturação, um sistema gradativo em que se adquire experiência nos mais diversos setores da polícia.
O Diário - O senhor já conhece o funcionamento desses setores?
Chehades Elias Geha – Além dos anos em que trabalhei em Maringá, conto como de grande importância na minha formação o trabalho em unidades como o Regimento de Cavalaria, Batalhão de Trânsito, Sessão de Armas e Munições, como chefe de operações, comandante da Rone e do Pelotão de Choque. Esse trabalho foi realizado em Curitiba, cidade de porte que exige uma atuação competente da polícia.
O Diário - O policiamento de uma cidade como Maringá não difere do de Curitiba?
Chehades Elias Geha – Tem suas peculiaridades, mas muito do que se faz em uma cidade pode ser aplicado na outra. Em alguns dos pelotões que passei realizamos trabalhos no Estado inteiro, o que me dá uma boa ideia de que tipo de serviço pode ser realizado em uma cidade como Maringá.
O Diário - Um dos problemas da PM de Maringá é o fato de o efetivo não ter acompanhado o crescimento da cidade.
Chehades Elias Geha – Nesta semana, o governador Beto Richa se pronunciou a respeito e ele declarou que houve um certo desequilíbrio entre a permanência de policiais na corporação e novas contratações. O governador disse que está em processo a abertura de novas vagas e contratação para completar o quadro. A PM do Paraná deu um salto bastante grande, que agora deverá ser colocado em prática.
O Diário - Como assim?
Chehades Elias Geha – As definições já aconteceram e agora caberá ao governo atual executar o que está planejado.
O Diário - Isso é para já?
Chehades Elias Geha – Um policial não é apenas contratar. Existe um processo de seleção, que é bastante demorado, depois vem o processo de formação. Para que um policial esteja pronto não é como um novo funcionário para uma empresa; é preciso uma preparação longa, pois ele será responsável diretamente pela preservação da vida. É um longo processo para proporcionar esse equilíbrio profissional e emocional.
O Diário - O que está planejado para o interior?
Chehades Elias Geha – Temos, por exemplo, a instalação dos comandos regionais. Maringá será sede do 3º comando e terá o único núcleo fora de Curitiba para a formação de policiais.
O Diário - Em que o comando regional será importante para a região?
Chehades Elias Geha – Até agora tínhamos dois grandes comandos, um específico para a capital e um, apenas um, para atender a todas as unidades do interior. Assim, sempre que um batalhão precisasse de qualquer intervenção, fosse financeira, de viaturas ou qualquer assunto, o comandante tinha que se deslocar a Curitiba. Agora tudo isso poderá ser resolvido aqui mesmo em Maringá, de forma rápida.
O Diário - E a extensão da Academia da Polícia Militar?
Chehades Elias Geha – Além de formar novos policiais para todo o interior do Paraná, essa academia será uma das soluções para aumentar o efetivo em Maringá, pois policiais de vários batalhões serão formados aqui e, após a parte teórica, farão a parte prática nas ruas da cidade. Teremos aí inúmeros profissionais de segurança pública somando ao efetivo do 4º BPM para darmos uma resposta mais próxima à população. Será um acréscimo bastante considerável nas ruas.
O Diário - Isso pode resolver a questão de Maringá, mas há algum plano para os pequenos municípios da região?
Chehades Elias Geha – Na maioria dos municípios temos poucos policiais, mas podemos fazer uma leitura positiva, pois a PM é a única instituição governamental presente em todas as cidades paranaenses. Estou me reunindo com os comandantes dos destacamentos para conhecer a realidade de cada município e buscarmos soluções. Há casos em que será viável aumentar o efetivo, há casos que a solução pode ser maior presença do patrulhamento.
O Diário - Há alguma solução imediata?
Chehades Elias Geha – A Escola de Formação do 4º BPM está formando 69 novos policiais, o que vai dar condições de atender algumas necessidades. Nesta semana, eles concluíram a parte teórica e a partir de agora vão para a prática nas ruas.
O Diário - A população tem parte no trabalho da polícia?
Chehades Elias Geha – Precisa ter. Quando a população participa, denunciando, a polícia passa a ter mais olhos a saber de fatos de onde não está presente. A informação permite uma ação rápida e cirúrgica da polícia.
Fonte,site,Jornal O DIÁRIO
http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/396854/academia-e-solucao-para-efetivo-diz-comandante-do-4obpm/
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